Crise econômica pode acelerar legalização de cassinos no Brasil

Crise econômica pode acelerar legalização de cassinos no Brasil

A legalização dos jogos de cassinos no Brasil é um sonho de muitos empresários e fãs de apostas, há muitas décadas. No entanto, há até pouco tempo, parecia um tema sem chances de vingar no meio político. No entanto, nos últimos anos, esse pleito passou a ganhar em força. Isso ocorre em meio a um cenário de incerteza sobre os rumos da economia, como você verá neste artigo.

Com a grave crise por que passa o Brasil (e outros países), após a pandemia do Coronavírus, a legalização dos cassinos voltou a ser apontada como uma forma de estimular a atividade econômica. Nos últimos meses, a inflação corroeu boa parte do poder aquisitivo dos brasileiros. E mesmo com uma recuperação do emprego, as vagas formais parecem escassas e pagando cada vez menos.

Após a legalização das apostas esportivas pelo ex-presidente Michel Temer, em 2018, muita gente passou a olhar com mais interesse (e esperança) para essa questão tão controversa no Brasil: o jogo. Bingos, caça-níqueis e o jogo do bicho, por exemplo, estão proibidos desde 1941.

Sempre que a discussão sobre sua eventual liberação reaparece no debate político, acaba sendo abafada por questões morais e religiosas. Devido à crise econômica, que ameaça gerar também uma crise fiscal no Governo Federal, o assunto mais uma vez dá as caras. Será diferente desta vez?

Tramita desde 2014, no Senado, um projeto de lei que prevê a legalização de cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas online em todo o país. O autor do projetor é Ciro Nogueira (PP-PI). Outro senador, Angelo Coronel (PSD), apoia o projeto e diz que sua aprovação poderia representar a injeção de R$ 20 bilhões por ano nos cofres públicos.

O ganho com receitas não é o único argumento de quem defende a medida. A volta de bingos e cassinos poderia gerar muitos empregos, o que tem andado em falta desde a crise econômica anterior, ainda no Governo Dilma. Os defensores da legalização alegam, ainda, que a legalização favoreceria o combate ao crime organizado. Hoje, atividades como o jogo do bicho ainda são uma grande fonte de receita para organizações criminosas, movimentando bilhões de reais.

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Por fim, um argumento que parece imbatível: o brasileiro já aposta em cassinos online estrangeiros. Como estão hospedados no exterior, esses sites não são ilegais, mesmo não estando legalizados no país. No final das contas, o governo brasileiro deixa de arrecadar bilhões de reais, anualmente, dessas empresas.

O presidente Jair Bolsonaro, inicialmente, mostrava-se contra a legalização dos cassinos, principalmente devido à posição da Bancada Evangélica sobre o assunto. No entanto, tem se mostrado mais interessado em falar sobre o assunto. A mudança de postura pode ter ocorrido, em parte, pelos argumentos já citados, mas teve uma grande influência, também, do lobby estrangeiro no setor.

O seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro, já encontrou Sheldon Adelson, magnata dos cassinos. Esteve presente na reunião, também, Gilson Machado, presidente da Embratur. Além de Adelson, o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, já havia falado com o presidente brasileiro o assunto.

Com isso, o Governo Federal começou a trabalhar com pelo menos duas possibilidades:

·   Criar resorts de luxo em portos brasileiros, para turistas de cruzeiros

·   Dar autonomia aos Estados sobre o tema

O assunto ainda é discutido discretamente, já que o governo não pretende gerar um desgaste com seus apoiadores religiosos. Mesmo assim, parece que o país está mais perto do que já esteve em muito tempo de legalizar os cassinos. Resta, agora, saber quais serão os próximos passos do governo.

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